quinta-feira, janeiro 24, 2002

Atualiza, Blogger!
Bom, a verdade é que as coisas andam a passar, ora lentamente, ora
rápido demais para se acompanhar, e eu no meio de tudo, estático.
Sou eu fora de compasso, com um andar trôpego, sem firmeza no
caminho, a me deixar estar aqui parado, observador do espaço no entorno.
Me confesso pela primeira vez sem coragem de ter coragem, de me safar,
de ter esperanças.
O pior é saber que eu poderia ter evitado isso, ter vários indícios do que
viria a acontecer e prosseguir feito um tolo à beira do abismo.
Agora é tarde...
A Natty mudou de endereço, mas vale a pena dar uma passadinha no
antigo, só pra ver o background.

quarta-feira, janeiro 23, 2002

A CLONE
por Mylton Severiano

O mais legítimo sentido do título da atual novela global de Glória
Perez configurou-se dia 15 de janeiro de 2002 e capítulos seguintes. Os
atores nos propiciaram momentos sublimes da história universal da
empulhação.
A seqüência constituiu aquilo que os marketeiros chamam de
merchandising: propaganda disfarçada. Nos intervalos, comerciais com
Roseana. Na novela, os atores se esmerando em dizer quão maravilhoso é o
Maranhão. Que céu, que natureza, que povo, que tudo. Nada se iguala.
Crianças brincando, lavadeiras sorridentes. Bumba-meu-boi. Só alegria!
Tudo pago com dinheiro do povo maranhense, o mais pobre do Brasil
conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Outro dia, encontrei colega do ramo da televisão. Vamos chamá-lo
de Rei. A mídia ainda não falava em Roseana. Ainda não a haviam enfiado nas
pesquisas "estimuladas". Mas entre os que trabalham com jornalismo e
atividades afins já se especulava sobre qual mágica as elites aprontariam em
2002 para abater o velho freguês do PT. Alguém na roda lembrou Roseana:
"É mulher, é bonita, não é queimada..."
O Rei me chamou de lado e contou. Faz uns dois anos, ele esteve
em São Luís com equipe de tv gravando Roseana, para programa do PFL. O
diretor de cena sugeriu:
"Governadora, que tal sairmos do gabinete? É ambiente frio,
artificial."
Da janela do palácio, mostrou a multidão de maranhenses passando na
rua:
"A senhora podia ficar lá no meio do povo..."
Roseana cortou rente:
"No meio do povo?"
Fez muxoxo de nojo, como quem diz "aquilo fede". E gravou no
gabinete perfumado, no bembom do ar refrigerado. O diretor ficou de, mais
tarde, esquentar a cena, providenciando o povo ao fundo, por meio de truque
eletrônico. Povo virtual.
Assim que surgiu o "fenômeno Roseana", em milhões de cabeças
brasileiras veio a comparação com o "fenômeno Collor" Alguns paralelos:
- ricos e bonitos
- filhos de oligarcas
- formados em Estados miseráveis onde as elites cevam a perpetuação do
poder na miséria do povo
- família detentora do monopólio da comunicação regional, dominando
principais jornais, rádios e tvs, principalmente as afiliadas estaduais da
Rede Globo
- lançamento do "fenômeno" com apoio de profissionais da propaganda,
tal como se vende qualquer "novo" produto
- leniência, complacência, estímulo, cumplicidade e apoio da mídia
gorda
- capa da Veja abrindo caminho (Collor: caçador de marajás; Roseana: o
fenômeno)
- apoio da Rede Globo
O clã Sarney vem governando há quase 40 anos o Maranhão. Pense
num país desgraçado. Suazilândia. Em quesitos como mortalidade infantil,
analfabetismo e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), estão parelhos
Sarneylândia e Suazilândia. Pela gordura dos cachorros se conhece o dono.
Conversei com dois colegas jornalistas maranhenses, o jovem Fábio
Lopes e o veterano Chico Vianna, este também médico. Faz gosto sentir a
indignação com que reagem à estratégia ora tentada para transformar a
olicarcazinha em estadista. Alguns tópicos da conversa telefônica com os
dois:
- O governo Roseana bancou a produção da seqüência da novela em terras
maranhenses, deslocamento e hospedagem para 20 pessoas, fora imagens aéreas.
- Roseana, diz Fábio, não se sustenta num debate, "é despreparada".
Incapaz por exemplo de se manifestar sobre a Alca.
- Em sete anos de governo, Roseana não construiu sequer uma sala de
aula, não ampliou o sistema de saúde pública em sequer um leito; "a saúde
está um caos", diz Chico.
- Imprensa, rádio e tv vivem em "promiscuidade" com o governo e as
elites, esquema que vem sendo montado há anos: "Cercaram a moita", diz
Chico, que garante: "Noventa por cento dos colegas que cobrem a Assembléia
estão na folha."
- A "amizade" dos Sarney com a Globo segue o "é dando que se recebe",
lembram-se? Dois exemplos:
1. A Secretaria da Educação diz que não é necessário construir
escola, graças ao miraculoso ensino à distância. Ao custo de R$ 114 milhões,
a Fundação Roberto Marinho implantou lá o tal ensino. "Se o IBGE fizer um
estudo, dá todo o Maranhão com segundo grau. Mas cada fita tem 15 minutos,
para aulas de uma hora, o resto do tempo o aluno fica flanando. Tem
professor de História em sala de Matemática. É uma esculhambação", diz
Chico. "E o Brasil não sabe." Chico fez as contas, superestimando custos,
apurou no máximo R$ 58 milhões. Ou seja, lucro de R$ 56 milhões para o
"doutor Roberto".
2. Dos R$ 10 milhões de verba para o Campeonato Sul-Americano de
Vôlei, foram R$ 8 milhões para o evento. E R$ 2 milhões para divulgação
Onde? Na Globo, que pertence à família da candidata a estadista.
Chico falou mais de meia hora ao telefone. Diz que, com mais
tempo, tem muito mais a relatar. O caso dos aviões, das estradas... Tal como
na ascensão de Collor, parece que a mídia gorda não está a fim de mostrar
nada. Treze anos atrás, o "doutor Roberto" disse que apoiava Collor porque
era o mais "moderno". Agora começa a apoiar Roseana, a clone. Deve ser tão
moderna quanto foi o Collor.
Puxa vida. Vão ser modernos assim no quinto dos infernos.

Mylton Severiano é jornalista da Revista Caros Amigos.
Situação fInal do Jogo #15:

Maior Nível de Duelo: 255 Celedhring/Cavaleiro Solitário
Maior Nível de Comandante: 160 Úvatha/Cavaleiro Solitário
Maior Nível Básico de Comandante:100 Úvatha/Cavaleiro Solitário
Maior Nível de Mago: 192 Celedhring/Cavaleiro Solitário
Maior Nível Básico de Mago: 89 Voisiol/Cavaleiro Solitário

Maior Nível de Emissário: 120 Demah Gohg/Rei-Bruxo
Maior Nível Básico de Emissário: 100 Taurion/Cavaleiro Solitário
Maior Nível de Agente: 142 Dîn Ohtar/Cavaleiro Solitário

Maior Nível Básico de Agente: 96 Tormog/Capitães Negros
Maior quantidade de Mithril: 1394 Easterlings
Maior quantidade de Artefatos: 19 Cavaleiro Solitário
Maior número de Mortes: 27 Senhor da Névoa

Diga aí, foi ou não foi uma vitória acapachante?