quinta-feira, novembro 22, 2001

Hoje realmente está um lindo dia aqui no Rio.
Acordei muito cedo para ir até o Alto da Boa Vista. A passeio???
Não, trabalho mesmo. Como cheguei meia hora adiantado,
aproveitei pra fazer uma fotossíntese, e até fiquei com uma
vontade enorme de ir a praia. O dia pedia, implorava, e eu
trabalhando. Como eu ainda fui a São Conrado, na volta eu
fiquei secando o povão na praia...
Inveja mata.

quarta-feira, novembro 21, 2001

O Casa dos Aristas de domingo me deu a certeza de que o SBT vai ser
sempre o SBT. Alquém reparou, como eu reparei, que a produção do
progama trocou na mão grande o título da Veja que trazia o progama
na capa? Na capa original, que pode ser conferida aqui, está escrito:
Gente na Gaiola, e na capa que o Silvio Santos mostrou aos
participantes da Casa, estava escrito Gente Elegante, e diga-se
de passagem uma péssima montagem, já que as fonte usada era diferente.
A troco de quê o Silvio Santos mandou trocar o título da reportagem? Só
posso imaginar que era para não ferir os sentimentos dos participantes do progama,
já que mesmo as pessoas que não compram a Veja, com certeza poderiam
conferir o título correto em qualquer outdoor que a Veja espalha semanalmente
pelo país afora.
Agora, que é uma atitude deplorável por parte do SBT, isso é. Até que ponto
eles podem manipular uma reportagem para que se enquadre dentro do que
eles consideram passável para a imagem do SBT? Omitir como a Globo sempre
fez é uma coisa, agora quando se adultera a capa de uma revista em cadeia nacional,
tirando completamente o sentindo original da frase, ou alquém acha que "Gente Elegante"
é uma maneira mais light de se dizer "Gente na Gaiola"???
É um ponto negativo enorme para uma empresa que diz não confiar nos números
do Ibobe, e que quer lançar uma forma independente de aferição da audiência.

Foi brilhante a carta-resposta que o SBT dirigiu à Rede Globo, por ocasião
da estréia de Casa dos Artistas, na qual a Globo acusava o SBT de plágio.
Botou o dedo na ferida da Globo, e mostrou todos as jogadas monopolistas
que a Rede Globo pratica. Conquistou minha admiração o SBT com essa carta,
mas agora essa confiança ficou maculada, por um gesto aparentemente bobo,
mas que pra mim tem um enorme significado.

Espero sinceramente que o SBT não continue com essas práticas,
que chegam a beirar o ridículo de tão mal-feito, mas que com certeza
colocam nós, espectadores, com a pulga atrás da orelha.

segunda-feira, novembro 19, 2001

Eu só quis te amar
por tempos infinitos sem saber
da brevidade do meu tempo
não tenho mais o que fazer
com esses largos espaços de tempo
onde vivo sem você
por cada lugar onde passo
eu te vejo tão bela
recordações apenas
de um passado tão próximo quanto distante
um lugar onde eu não posso tocar
nem modificar, por mais que eu queira.
Há tantas coisas que eu gostaria de ter dito a você
mas elas perdidas estão, junto com muitas outras
Como eu queria seguir em frente
seguindo o sol poente
que morre atrás dos morros mais distantes
Das poucas coisas que pedi
foi para que a vida não me enganar
quando você chegar
para nunca te perder

Qual é o meu pecado em amar?
Onde errei tanto para merecer isso?
Por que me usar, por que me deixar usar?
Eu não quero mudar, não quero deixar de amar
com intensidade, com profundidade
Mas vocês não me compreendem
não precisam me roubar, eu não vou negar.
Mas porque não tenho de volta nem um pouco
daquilo que lhes dei?
Porque tenho que fingir pra mim mesmo, me enganar,
achar que seu falso sorriso é verdadeiro?
Cansado está meu coração
Com tantos falsos brilhantes
com tanta falsidade maquiada de amor e paixão
E agora o que eu faço
com esse enorme amor vazio?
que eu não tenho onde esconder
de vergonha da minha ingenuidade.

Nunca imaginei
que haveria abismo mais profundo
do que aquele no qual em me encontrava
Meus piores pesadelos tornados realidade
como num escárnio às minhas lamentações.
O que me falta? Pode mandar que eu traço...
Quero saber se ainda há dor pra se tirar
de onde o nada existe.
Cada parte do meu ser foi pulverizada em dor lacinante,
quanta ingenuidade em não saber
que haveria dor ainda pior
massacrante, atordoante, acapachante...
Conseguiu destruir até a parte de mim
que me era mais cara, mais sagrada.

O que restou de mim,
além de uma casca vazia de vida,
de amor, de paixão, de esperança?
Não há mais nada nessas escuras esquinas
que agora eu cruzo sem direção.
Onde está o presente, já que meu futuro
era um engodo e meu passado é um prato de areia?
Mendigo tu és, cego pela própria areia que mendigou.
Tens aí tua areia, mendigo, mas ela nada representa
para o mundo, além de areia.
Minhas convicções que um dia julguei tão firmes
ruíram uma-a-uma como colunas feitas de areia.
Areias que se tornaram deserto em meu interior...
Agreste, seco, inóspito a qualquer tipo de vida.

Por enquanto procuro
quando me achar
quero descobrir
onde fica o porto
desse imenso mar seco.